Integração é o ponto-chave, na opinião do consultor Milton Dalari, para que os integrantes da cadeia produtiva da pecuária paranaense conquistem mais espaço no cenário nacional. Dalari, que é assessor da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), apresentou ontem, em Curitiba (PR), uma palestra sobre o mercado interno da carne bovina. “O pecuarista hoje precisa aprofundar as discussões com os setores industrial e de comercialização brasileiros, como supermercados e outros canais de distribuição. Ele deve pensar no mercado internacional, mas deve deixar esse público para as empresas com experiência e competência em exportação”, afirmou. Segundo Dalari, das 169 milhões de cabeças de gado do País, 9,5 milhões estão no Paraná, e a exportação do Estado é insignificante no contexto nacional.
O setor de comercialização ainda está muito carente no Estado, na opinião do consultor. “Não existe um sistema industrial bem definido no Paraná; este é o elo fraco do complexo da carne no Paraná”, declarou. A falta de regularidade no abastecimento durante o ano é apontado como outro problema. “De julho a dezembro, o Paraná exporta carne – uma média de 50% para São Paulo – e de janeiro a junho, importa carne, principalmente do Mato Grosso do Sul”. Para suprir o mercado regional durante o ano todo, há necessidade de ajuste estrutural no setor, ressaltou o consultor.
Os problemas do setor se resumem à discussão das margens de lucro, analisa Dalari. Para ganhar mercado, há necessidade dos elementos da cadeia produtiva afinarem os discursos, falou. O consultor também chamou a atenção para a necessidade de mudanças no sistema tributário brasileiro. “O atual modelo dá margem para sonegação, e grupos sérios não entram nesse jogo. Por isso, a área industrial continua com laranjas e os trabalhadores não têm estabilidade”, disse.
fonte: Paraná Online (por Olavo Pesch), adaptado por Equipe BeefPoint