Em sua revisão semestral de prognósticos o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos tece algumas perspectivas para este ano:
1. Mantém sua previsão de um aumento na produção mundial de carne bovina.
2. As transações internacionais, no entanto, deverão ser menores em volume pelos maiores países exportadores, uma vez que se acredita na recuperação dos preços da carne nos mercados internos desses países, fazendo com que a carne produzida perca em competitividade, notadamente nos Estados Unidos e na Austrália. Os maiores exportadores do mundo.
3. No caso dos Estados Unidos, por exemplo, as exportações superaram no ano passado a 1 milhão de toneladas em equivalente carcaça e esse desempenho que vinha constantemente crescendo provavelmente será interrompido.
4. Uma observação interessante é a constatação da diminuição dos rebanhos de maneira geral, sem a conseqüente redução da oferta de carne, permitindo supor que a produção tem sido mantida pelo aumento da adoção de novas tecnologias que incrementam o aumento de produtividade. Por outro lado pode ser que a disponibilidade de carne ofertada no mercado internacional possa ser por que o consumo interno de países em desenvolvimento, como Brasil esteja com o crescimento paralisado ou mesmo diminuindo em função da perda de poder aquisitivo da população ou, pela mudança de hábitos alimentares, como a migração para a carne de frango, por exemplo.
Em 1999 ocorreram aumentos no rebanho da Índia e da China e diminuição do estoque de animais nos Estados Unidos e na União Européia, esta última, principal mercado da carne bovina brasileira.
Na Rússia e nos países da antiga União Soviética, a falta de forragens e de insumos pecuários afetaram a manutenção do rebanho, tornando essa região do mundo em potencial compradora de carne.
Na União Européia a redução do rebanho pode ser creditado à crise provocada pela doença da vaca louca e pela política de diminuição dos estoques de carne para intervenção.
O Brasil foi um dos países que apresentou índices de crescimento na participação do mercado internacional de carne bovina.
Favoreceu esse cenário para a carne brasileira, entre outras razões, a recuperação ao longo de 1999 da economia asiática, tornado-se essa região compradora de carne, abrindo dessa forma novas praças para o produto nacional.
Os níveis de consumo melhoraram nos países ricos, nessa mesma época, principalmente nos Estados Unidos, na Austrália e na União Européia, refletindo nesse último caso, a confiança do consumidor europeu na qualidade da carne vermelha pós crise da vaca louca.
Acredita-se num aumento de consumo de carne bovina no panorama mundial. A China deverá ser a nação que apresentará os melhores resultados positivos. No Brasil o consumo está por conta da situação econômica. Prevê-se melhorias para o México e Coréia além de uma evolução generalizada entre os países produtores, com exceção para a Rússia, Austrália e Argentina.
A Rússia e sua Federação de nações tem sido uma grande importadora, mas as aquisições de carne bovina têm se dado através de mecanismos de ajuda alimentícia, principalmente por parte da União Européia. Essa ajuda foi uma das razões pelo bom desempenho de vendas apresentado pela União em 1999, ao redor de 800 mil toneladas.
O mercado global de carne bovina neste ano deverá alcançar 5,7 milhões de toneladas.
A expectativa é que as exportações brasileiras e argentinas cresçam este ano. No caso do Brasil esse incremento existe desde a maxi desvalorização do real ocorrida em janeiro de 1999 e que representou um volume de carne bovina negociada de 550 mil toneladas, o melhor desempenho dos últimos 10 anos. Por sua vez a Argentina deverá exportar algo perto de 350 mil toneladas de carne bovina.
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