O patamar simbólico de 300 focos de febre aftosa foi superado neste domingo no Reino Unido, um mês depois do aparecimento do primeiro caso, enquanto na Escócia começavam os sacrifícios de gado sadio nas proximidades das zonas infectadas, segundo reportagem publicada hoje na Folha de Londrina.
Ontem chegou a 313 o número de focos detectados em todo o Reino Unido, pelo que o técnico veterinário do governo, Jim Scudamore, reconheceu que ”será necessário muito tempo” para erradicar a enfermidade. O ministro da Agricultura, Nick Brown, chegou a falar de ”vários meses”.
O primeiro foco de febre aftosa foi localizado dia 19 de fevereiro passado num matadouro do condado de Essex (leste). A doença, altamente contagiosa, mas não perigosa para o homem, se estendeu depois ao conjunto do país.
Jim Scudamore admitiu que a atual epidemia é a mais grave que a última registrada, em 1967. ”Em três semanas de epidemia, já contamos 278.000 animais afetados. Durante os seis meses que durou a epidemia de 1967, foram afetados 400.000 animais”.
Ontem, o governo escocês, que dispõe de certa autonomia em relação a Londres, começou a sacrificar animais sadios na região de Highlands, onde até o momento não foi registrado nenhum caso da doença. Mas os cordeiros abatidos estiveram em contato com o gado infectado num mercado do condado inglês de Cumbria, que faz fronteira com a Escócia.
Sábado, o governo britânico chegou a aceitar adiar durante alguns dias o início do sacrifício de 300.000 cordeiros e porcos, presumivelmente livres da enfermidade mas situados num raio de três quilômetros das zonas infectadas, em Cumbria e na região escocesa de Dumfries e Galloway.
Essas zonas são as mais infectadas do Reino Unido. Jim Scudamore viajará hoje a Cumbria para tentar fazer com que os criadores compreendam a situação. Desesperados, eles ameaçam resistir pela força ao sacrifício de suas reses.
Ministros e veterinários se alternaram ontem nas televisões para dar explicações. ”A enfermidade pode permanecer sem ser detectada nos cordeiros. É altamente provável que todos os cordeiros da região estejam potencialmente infectados”, assegurou Jim Scudamore.
”Se não eliminarmos essa fonte potencial de infecção, a doença seguirá expandindo-se no resto da Cumbria, ou até no resto do país”, disse o veterinário.
Oriente Médio
A febre aftosa continuava avançando ontem no Oriente Médio, onde Amã proibiu a importação de gado procedente dos territórios palestinos, depois do anúncio da descoberta de 13 casos na Cisjordânia. Na Arábia Saudita, foram anunciados ontem 10 novos casos de febre aftosa nas regiões de Riad e Medina e no leste do país, anunciou o ministro da Agricultura, Abdalá ben Abdel Aziz ben Muamar, o que eleva a 12 o número de casos no reino.
fonte: Folha de Londrina