Controle sanitário na América do Sul é frágil
7 de maio de 2001
Consumidores franceses substituem carne bovina por carne de cavalo
9 de maio de 2001

Rio Grande do Sul pode ficar isolado no comércio de carne

A decisão do Rio Grande do Sul por não usar o rifle sanitário contra a febre aftosa em Santana do Livramento (RS) poderá isolar o Estado do restante do Brasil quanto ao comércio de produtos de origem animal. O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Luiz Carlos de Oliveira, disse que respeita a decisão, mas alertou que o governo gaúcho estaria violando as regras do código zoosanitário do Escritório Internacional de Epizootias (OIE). Isso permite a outros estados, onde não há aftosa, rejeitar a compra de produtos animais oriundos do Rio Grande do Sul.

O secretário da Agricultura, José Hermeto Hoffmann, reafirmou que o desejo de vacinar todo o gado vem sendo manifestado pelo governo gaúcho há mais de 60 dias. Já Oliveira defende a aplicação do rifle sanitário, assim como ocorreu no ano passado, em Jóia, levando à eliminação de mais de 11 mil animais. O secretário de Defesa Agropecuária lembra que com o sacrifício, o Brasil poderá solicitar, a partir do final do ano, o status de região livre de febre aftosa, sem vacinação. ‘Deixar de aplicar o rifle sanitário certamente vai dificultar ao Rio Grande do Sul enviar seus produtos a outros estados que já manifestaram interesse em não receber produtores de áreas infectadas. Também dificulta a negociação com Rússia, Chile e países europeus. O Ministério da Agricultura alerta para as severas conseqüências da decisão.’

Os frigoríficos ainda não temem quedas nas exportações. ‘Com bom senso, as exportações de carne do Rio Grande do Sul não serão abaladas pela confirmação de focos da febre aftosa no estado’, disse Ênio Marques, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carnes Industrializadas (Abiec).

O governo de Santa Catarina instalou 17 barreiras, 11 fixas e seis móveis, para impedir a passagem de animais vivos e carnes, exceto aves. O governo do Paraná também proibiu a entrada de animais vivos e de carne com osso provenientes do Rio Grande do Sul. O secretário da Agricultura de Santa Catarina, Odacir Zonta, criticou a decisão do Rio Grande do Sul de não sacrificar os animais na área do foco gaúcho. O governo catarinense permanece decidido a não vacinar seu rebanho.

fonte: Gazeta Mercantil (por Ayr Aliski, Luiz Guimarães, José Alberto Gonçalves e Gladinston Silvestrini), adaptado por Equipe BeefPoint

Os comentários estão encerrados.