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Temple Grandin: indústria pecuária precisa mostrar seu progresso com o bem-estar animal

O manejo do gado nos anos setenta e oitenta era terrível, e as práticas de manejo e equipamentos são muito melhores agora. Entretanto, tanto a mídia como o público se fixam em casos pontuais de manejo ruins e os tratam como se fossem regras ao invés de exceção. Ela encorajou a indústria a compartilhar o progresso feito com seu público.

A indústria de carne bovina dos Estados Unidos deu grandes passos no manejo pecuário nos últimos anos, mas fez um péssimo trabalho disse a especialista em comportamento animal, Temple Grandin. Ela encorajou a indústria a ser mais transparente com o público em geral. “A agropecuária tem feito um péssimo trabalho de comunicação”.

Grandin falou na Universidade de Nebraska-Lincoln como das Heuermann Lectures do Instituto de Agricultura e Recursos Naturais (IANR). A especialista, que é professora de ciência animal da Universidade do Estado do Colorado, teve um importante impacto na indústria de carne e na pecuária de todo o mundo através de sua pesquisa e desenvolvimento sobre o uso de técnicas de manejo do gado baseado no comportamento e baixo estresse com desenvolvimento de instalações para manejo do gado.

Metade do gado da América do Norte é manejada em equipamentos que ela projetou para plantas de carne, disse o vice-chanceler do IANR e vice-presidente para agricultura e recursos naturais da Universidade de Nebraska, Ronnie Green. Grandin disse que seu autismo teve um papel essencial em seu trabalho, porque a direciona para detalhes visuais que podem afligir os bovinos, suínos e outros animais, mas que passam despercebidos pela maioria das pessoas.

Mudanças na superfície do piso, reflexos, sombras e até mesmo algo tão simples como uma corrente balançando podem enervar os animais e dificultar seu manejo, disse Grandin. O manejo do gado nos anos setenta e oitenta era terrível, e as práticas de manejo e equipamentos são muito melhores agora. Entretanto, tanto a mídia como o público se fixam em casos pontuais de manejo ruins e os tratam como se fossem regras ao invés de exceção. “Uma das coisas que me frustra é termos melhorado muito disso e ninguém saber. Quando eu comecei, talvez 10 a 20% fazia um trabalho decente de manejo de animais. Agora, são 80%”.

Grandin também desenvolveu diretrizes de bem-estar animal para a indústria de carne e consultorias com o McDonald’s, Wendy’s International, Burger King e outras companhias sobre bem-estar animal. Ela disse que as diretrizes de bem-estar animal precisam ser específicas e claramente redigidas, baseadas no que é “diretamente observável”. Ela encorajou a indústria a compartilhar o progresso feito com seu público.

Grandin teve a oportunidade única de fazer isso quando a HBO fez um filme sobre sua vida estrelado por Claire Danes. Durante sua entrevista com a mídia de Hollywood, ela descobriu que os repórteres eram fascinados pelo processamento de carne.

As informações são do Heuermann Lectures, Universidade de Nebraska, traduzidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

2 Comments

  1. Fabrício Garcês Mariano disse:

    Parabens pela informação…temos que bombardear a midia com essas informações sobre o bem estar animal, uma vez que ainda enfrentamos um paradigma sobre Manejo Racional.

  2. Gustavo Freitas disse:

    Concordo plenamente com o comentário acima! Enfrentamos muitas dificuldades sobre a adoção de Manejo Racional. Entretanto, estamos no caminho certo – vamos publicar e informar as pessoas, através de reportagens, palavras, propagandas, cursos… sobre a importância da adoção destas práticas – principalmente para proporcionar melhores condições aos trabalhadores e animais envolvidos no sistema de produção, sem falar no retorno financeiro que estas medidas nos proporcionam! Temple Grandin é a raiz para o sucesso desta longa caminhada!!!