O Ministério da Agricultura informou ontem que está autorizado o deslocamento de tropas das Forças Armadas para a fronteira do Paraná, para evitar a entrada de animais com o vírus da aftosa em território brasileiro. Exército, Marinha Aeronáutica farão vigilância em pontos considerados estratégicos para evitar o ingresso de animais clandestinos e mercadorias que possam ser portadoras do vírus da doença. Foz do Iguaçu, Barracão, Capanema e Santo Antônio do Sudoeste são alguns desses municípios.
Os municípios de Barracão e Capanema ficam somente a 80 quilômetros da fronteira com a Argentina. A utilização das unidades das Forças Armadas na região terá seu custo rateado entre o governo federal e o governo do Paraná.
O Paraná possui um rebanho bovino estimado em 9,5 milhões de cabeças e é livre da aftosa com vacinação. O Estado é considerado um modelo na área sanitária porque, além de seguir integralmente as recomendações do Escritório Internacional de Epizootias (OIE) no combate à doença, também implementou conselhos municipais em 400 municípios, engajados na erradicação da aftosa.
Os três estados do Sul passam, agora, a contar com o apoio das Forças Armadas na vigilância das zonas fronteiriças com a Argentina. A autorização para o Rio Grande do Sul foi concedida em fevereiro passado, enquanto a de Santa Catarina foi comunicada no dia último dia 12. Santa Catarina possui um rebanho bovino de 2,5 milhões de cabeças e, junto com o Rio Grande do Sul, cujo rebanho é de 12,5 milhões de cabeças, possui o status de livre da aftosa sem vacinação, concedido pelo governo federal em maio do ano passado.
No sul, a polêmica da vacinação continua. O presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, pediu ao ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, que seja antecipado o encontro de representantes do Circuito Pecuário Sul, marcado para os dias 8 e 9 de maio, para que possa ser assumida uma postura definitiva sobre a volta – ou não – da vacinação contra a febre aftosa no rebanho gaúcho.
O presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Norte, Leônidas Ferreira de Paula, solicitou a antecipação da implantação do programa de erradicação da aftosa no Circuito Pecuário Nordeste (MA, PI, CE, RN, PB, PE e AL), prevista inicialmente para 2005.
(Por Ayr Aliski, Rosely Vargas e Aldo Renato Soares, para Gazeta Mercantil, 18/04/01)