Iveraldo Dutra
Em conjunto com a raiva e as intoxicações por plantas, as Clostridioses são o grupo de doenças que mais matam bovinos no Brasil. Anualmente as perdas chegam a mais de 400 mil animais, com prejuízos diretos em torno de 1,1 bilhão de reais. Impossíveis de serem erradicadas, exigem sobretudo o seu reconhecimento e a adoção de medidas preventivas, incluindo a vacinação específica. Para se ter uma idéia do reconhecimento do problema por parte dos produtores é só verificar a comercialização de vacinas, que totalizam mais de 150 milhões de doses por ano. Vale ressaltar que a vacinação contra as diferentes Clostridioses é voluntária e não faz parte de nenhum programa oficial de controle, uma vez que tratam-se de doenças que não interferem na pauta de exportações.
O termo Clostridioses refere-se a diversas enfermidades causadas pela bactéria chamada Clostridium (pequeno fuso em latim) ou ainda por suas toxinas. Estes microrganismos são encontrados naturalmente no solo e água e apresentam uma forma de resistência chamada esporo, quando as condições não são ideais para a sua multiplicação. Na forma esporulada podem persistir viáveis no solo por dezenas de anos, causando danos aos animais em diversas situações. As Clostridioses mais comuns em bovinos no Brasil são a Manqueira ou Carbúnculo Sintomático, o Botulismo, as Gangrenas gasosas e o Tétano. Em condições muito especiais a Enterotoxemia pode acometer animais jovens.
Reconhecer qual ou quais Clostridioses ocorrem na propriedade é o primeiro passo para controlar efetivamente o problema. Nesta etapa pode ser imprescindível a participação do veterinário, incluindo eventualmente a colheita e remessa de material para um diagnóstico preciso em laboratórios especializados.
A escolha de uma vacina de boa qualidade é um passo essencial no controle deste grupo de enfermidades. Nesta etapa, o preço não deve ser o único critério; deve-se buscar sobretudo vacinas com eficácia comprovada no campo. No mercado existem desde vacinas específicas, como por exemplo contra o Botulismo, o Tétano e a Manqueira, ou ainda as polivalentes contra diversas Clostridioses. Na dependência de cada Clostridiose são ainda necessárias medidas complementares que incluem a eliminação de cadáveres, suplementação mineral correta , cuidados com ferimentos ou ainda evitar mudanças bruscas na alimentação dos animais.
Comentário BeefPoint: Atualmente existe muita controvérsia a respeito das Clostridioses. O termo foi amplamente divulgado como causa de mortalidade bovina, causando distorções que afetam diretamente o setor produtivo. O primeiro passo para o produtor é saber qual Clostridiose está causando problema no seu rebanho ou região. A segunda etapa é estabelecer um programa de vacinação e adoção de medidas complementares. A eliminação correta de carcaças da pastagem e a suplementação mineral são medidas importantes em qualquer situação, devendo ser práticas rotineiras na propriedade.
0 Comments
Clostridioses. Para o produtor parece que este nome está na moda.
Trabalho em uma revenda de produtos veterinários e todos os dias chegam pessoas relatando mortes em seu rebanho com sintomas desta doença.
Como profissional da área, o que posso dizer, ou melhor, aconselhar, é que o produtor vacine o seu rebanho e que revacine com trinta dias, pois esta doença mata e o prejuízo é certo.
Muitas vezes é difícil diagnosticar qual o clostrídio que esta matando em sua propriedade, pois o acesso a exames é restrito e sabemos que ele só é eficiente no máximo até duas horas apos o óbito do animal.
Então por experiência o certo é vacinar com vacinas polivalentes de laboratórios sérios conhecidos e que tenham vacinas com sua qualidade comprovada.