16 de julho de 2008

Rebanho bovino e desmatamento

Tenho acompanhado, por dever de ofício e interesse próprio, o debate sobre agricultura e desmatamento que tem ocorrido no Brasil e no exterior. Neste artigo defendo a idéia de que não há incentivos econômicos para que, nos próximos anos, o rebanho bovino continue a se expandir, nem na Amazônia, nem no resto do Brasil. Isso significa que não poderemos explicar novos desmatamentos na região por expansão econômica da pecuária, simplesmente porque ela não vai ocorrer. Assim, não há como entender o papel da pecuária no desmatamento sem avaliar o contexto econômico por que passa o setor.
14 de julho de 2008

Protelar a reposição no segundo quadrimestre de 2008

O preço do boi para abate reagiu a partir do fim do terceiro quadrimestre de 2007, mas não foi suficiente para acompanhar a elevação dos insumos atrelados ao aumento do preço do petróleo, ocasionado pela desvalorização internacional do dólar. Ficou, também, muito aquém da valorização obtida pelos animais jovens destinados à reposição. Dessa forma, quem comercializar animais para abate no transcorrer do segundo quadrimestre, deve protelar a compra de animais para reposição em quatro meses nos casos em que a reposição anual for de 30%; e em dois meses, em que a reposição anual necessária se situe em 60%.
9 de julho de 2008

Os nomes dos bois

A sociedade de consumo possui ferramentas sofisticadas e inteligentes de promover ajustes no mercado em favor da sustentabilidade. A disposição dos consumidores em comprar produtos e serviços sustentáveis já foi amplamente confirmada por pesquisas no Brasil, repetindo um fenômeno que já se consolidou na maioria dos países desenvolvidos. Entender o consumo como um ato político é um sinal de maturidade civilizatória, de respeito à vida e ao próximo.
1 de julho de 2008

Rastreabilidade SISBOV: um mundo a parte

Na última semana estive em contato com o responsável pelo controle da rastreabilidade do meu rebanho, no intuito de verificar qual a situação do cadastro de meus animais junto ao SISBOV. Como no próximo mês está marcada a auditoria semestral da propriedade, decidi me antecipar e com isso evitar ao máximo as eventuais não conformidades. Teoricamente, eu deveria estar despreocupado, visto que minhas atividades, a princípio, estão em concordância com o SISBOV. O problema é que minha despreocupação se limita apenas ao "teoricamente", pois quando os dados coletados corretamente na propriedade são enviados para a certificadora e para o Ministério da Agricultura, estes parecem sair do Brasil e adentrarem em algum outro país com o qual não mantemos relações diplomáticas.
30 de junho de 2008

Tratado de Lisboa: Bruxelas paga pelos pecados cometidos contra o Brasil no caso da carne

A rejeição dos irlandeses no referendo para o Tratado de Lisboa mergulhou a UE e seu modelo de integração em uma nova crise com graves consequências futuras. O quadro atual pode vir a causar dificuldades tanto no cenário interno como externo.
27 de junho de 2008

O crescimento total e o agronegócio

O Cepea, da Esalq/USP, calcula o PIB do agronegócio a preços reais, decompondo-o em vários segmentos: agropecuária (correspondente ao segmento primário considerado pelo IBGE), bem como insumos, agroindústria e distribuição. Com base em dados até março, estima-se que o crescimento em volume da produção vegetal neste ano será de 6,4% e o da produção animal, de 4,8%1.
6 de junho de 2008

Carreira típica de estado?

A carreira de Fiscal Federal Agropecuário, do Ministério da Agricultura, foi criada a fim de organizar em uma só carreira os veterinários, agrônomos, zootecnistas, farmacêuticos e químicos que exerciam suas funções no ministério e eram regidos por diferentes planos de cargos e salários. Desde a criação da carreira, buscamos o reconhecimento como carreira típica de estado, pois trabalhamos na vigilância epidemiológica nas fronteiras, portos e aeroportos, evitando a entrada de pragas e doenças contagiosas que poderiam gerar enormes prejuízos ao agronegócio, e até inviabilizá-lo. Porém, além de não sermos reconhecidos na nossa real importância como um dos pilares do rentável agronegócio brasileiro, agora fomos surpreendidos com uma quebra de acordo por parte do governo com a medida provisória dos reajustes salariais.
14 de maio de 2008

Bons colaboradores, melhores negócios

O capital humano tornou-se o diferencial competitivo entre as empresas que apresentaram melhores desempenhos organizacionais. Elevar a auto estima de nossos colaboradores, fixá-lo ao campo e melhorar suas competências profissionais torna-se imprescindível para uma gestão moderna da empresa rural, pois "não há boa terra sem bom lavrador".
25 de abril de 2008

O abate clandestino: avanços e desafios na Bahia

O abate clandestino representa um dos mais preocupantes fatores de risco à saúde pública, pela exposição a agentes infecciosos e parasitários, como aqueles que são transmitidos ao homem pelos animais, pela ingestão de alimentos de qualidade sanitária suspeita e pela contaminação do meio ambiente. Também representa um grande desafio para as autoridades sanitárias porque impede o controle sanitário e a rastreabilidade da carne, tanto na ausência de exame adequado das carcaças, quanto pela inobservância de normas e procedimentos sanitários durante a manipulação do animal, que ofende a legislação e o direito do consumidor.
24 de abril de 2008

Boi Gordo – análise técnica x análise fundamentalista

Na minha opinião, um ativo, seja qual for deve ser analisado de duas formas: através da análise dos fundamentos e da análise gráfica. O que eu quero deixar aqui, para todos os criadores, é que, em função da minha ganância, já deixei de realizar belos lucros em diversos investimentos que já realizei. Aprendi, com os prejuízos que já tive, que lucro bom é dinheiro no bolso ou na conta bancária.
22 de abril de 2008

Pecuária paulista e cana: uma crise anunciada

Faz exatamente um ano escrevi um artigo, onde dizia que o Brasil precisa de projetos e não simplesmente de corrida desenfreada na agricultura, como tem acontecido na substituição da pecuária paulista pela cana no decorrer do ano 2007. O censo do IBGE, nos seus resultados preliminares, mostra que o Estado de São Paulo perdeu dois milhões de cabeças e que somos consumidores de leite de outros estados.
11 de abril de 2008

Estabelecimento de Escritórios de Agricultura e cargos de Adido Agrícola – questão de urgência para o agronegócio brasileiro

A agricultura brasileira passou por uma evolução histórica nos últimos 20 anos graças ao trabalho conjunto do governo a exemplo da Embrapa, setor privado (cadeia produtiva-exportadora), acadêmia e parlamentares. Além de produzir grandes quantidades de produtos agroalimentares, o Brasil vive hoje uma fase de transição denominada "Agricultura de Segunda Geração" a exemplo do etanol, que traz grandes perspectivas não apenas no campo produtivo, mas sobretudo, na área de desenvolvimento internacional e meio ambiente. O sucesso desta "nova fase da agricultura" no Brasil todavia está atrelado à necessidade de reformas estruturais não apenas no setor privado, mas sobretudo, no âmbito do governo tendo em vista, a representação do agronegócio brasileiro no cenário internacional em três áreas principais: defesa, inteligência e promoção. Esta representação tem sido realizada pela diplomacia brasileira, a qual, todavia seus esforços e conquistas, encontra-se hoje muito sobrecarregada.