12 de fevereiro de 2008

E falando de efeitos colaterais

Baixar custos de produção de leite e carne parece não ser o foco de quem freqüenta torneios leiteiros e pistas de julgamento, onde estão se utilizando cada vez mais sofisticados e artificiais sistemas de nutrição que comprometem a característica que mais influencia o custo de produção da carne e do leite: adaptabilidade. Precisa-se pensar como aproveitar e combinar melhor os efeitos aditivos a fim de aumentar a lucratividade, sem esquecer as limitações impostas pelos sistemas de produção. Os excessos de peso nas pistas de julgamento são antagônicos duma pecuária eficiente.
1 de fevereiro de 2008

Decisão da UE sobre importações de carne bovina do Brasil

Considerações sobre a decisão da UE em restringir importações de carne bovina do Brasil e suas conseqüências para o futuro das relações comerciais entre UE-Brasil. A decisão da UE de restringir o número de fazendas brasileiras habilitadas para exportação ao bloco europeu para algo em torno de 300 foi recebido com grande festa pelos agricultores irlandeses, todavia eles ainda buscavam uma interdição total. Agricultores da Irlanda e em parte do Reino Unido trabalharam duro nos últimos anos para por fim a concorrência do produto brasileiro. Esta decisão abre caminho para uma nova fase nas relações comerciais entre Brasil e UE bem como nas relações com terceiros países. O governo, sua representação internacional, parlamentares, lideranças do setor e agricultores deveriam levar este assunto em uma profunda reflexão.
29 de janeiro de 2008

Novo perfil da representação setorial agroindustrial

Cooperação e conflito estão presentes nos sistemas agroindustriais. Dentro do setor, se desenvolvem mecanismos para incentivar a cooperação via estratégias compartilhadas, caso contrário os conflitos se potencializam desperdiçando valor. Os conflitos internos mais comuns são disputas por margens. O paradigma surgido nos agronegócios a partir do início do século é marcado por crises de segurança do alimento e expansão da demanda por proteína. Gerou a necessidade de organizações com mecanismos aperfeiçoados para lidar com a coordenação dos sistemas agroindustriais. Não existe geração espontânea destas organizações, que resultam do esforço das lideranças, do aparelhamento do Estado e do desenho de instituições balizadoras. Talvez uma boa agenda para 2008.
25 de janeiro de 2008

Do subprime nos Estados Unidos ao agronegócio brasileiro

No outono de 2006 começa um acelerado processo de execução de hipotecas nos EUA que, um ano após, resultaria numa crise de proporções globais. Quando os pagamentos relativos às hipotecas foram se escasseando - como é comum entre clientes subprime -, os investidores começaram a sofrer quedas substanciais no valor de suas carteiras. Ignorava-se, porém, até há pouco, a extensão desse processo que, hoje se sabe, envolveu grandes grupos financeiros, tanto nos EUA como em muitos outros países ao redor do mundo. Evitar a recessão pode dar gás para um processo inflacionário em proporções mundiais. A "escolha de Sofia" é qual dragão atacar: a recessão ou a inflação; não adianta ficar em cima do muro, porque daí o que vai aparecer é a maldição da estag-inflação.
18 de janeiro de 2008

Agropecuária cresce, Brasil se fortalece

Se a economia brasileira cresceu 5,7% no último trimestre, este recorde se deve, sem dúvida, ao desempenho da agropecuária. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram um aumento de 9,2% do setor no período. Um resultado, em grande parte, fruto do trabalho das mais de 1,5 mil cooperativas agropecuárias do País. A busca constante é pela distribuição mais equilibrada dos ganhos. O cooperativismo tornou-se uma maneira de fazer o socialismo moderno. Isto porque o sistema permite sociabilizar o ganho em contraposição ao capitalismo selvagem.
16 de janeiro de 2008

Um apagão sanitário

A pecuária vive hoje o mesmo tipo de tumulto que afeta o transporte aéreo. O importante crescimento das exportações criou demandas e agravou problemas, expondo a política pública de investimentos reduzidos e, mais do que isso, de gestão incompetente. Felizmente, os acidentes da pecuária têm efeito unicamente econômico, não causando vítimas humanas.
14 de janeiro de 2008

Para quem os sinos vão tocar

No ano de 2007 assistimos a abertura de capital de vários frigoríficos, de maior porte na BOVESPA - Bolsa de Valores de São Paulo e também a ousada compra pelos frigoríficos de empresas similares no exterior, que assim colocam as indústrias brasileiras no topo do mundo. Não deve levar muito tempo até que estas industrias dominem os negócios de carnes e proteínas animais no mundo inteiro. Esta impressionante decolagem das indústrias, foi em grande parte possível porque a pecuária brasileira deu a sustentação através sistemas de produção que exigem cada vez mais profissionalismo dos pecuaristas. Hoje o poder total está nas mãos das indústrias. Não seria muito melhor fazer as coisas certas em vez de criar um pântano de desvios, atoleiros e poços sem fundo onde na realidade ninguém mais sabe direito onde está pisando ou afundando?
11 de janeiro de 2008

IOF: mais uma carga sobre o agronegócio

Há fortes evidências de que o limite superior da extração de recursos da sociedade brasileira pelo governo foi atingido. Já a Medida Provisória 232 - que em 2005 pretendia elevar os tributos das empresas prestadoras de serviços - havia sofrido tal rejeição que o governo acabou por desistir de sua aprovação no Congresso. No final de 2007, o Senado viu-se em condições políticas de rejeitar a Proposta de Emenda Constitucional que prorrogava a CPMF. A estratégia atual do governo de substituir aquela contribuição por uma elevação do IOF e do CSLL sobre o setor financeiro novamente se dá num clima político muito desfavorável.
11 de dezembro de 2007

O técnico da ABCZ: consultor, assessor e jurado

Conhecendo diferentes sistemas de produção, várias raças bovinas e outras associações, podemos afirmar que a ABCZ possui um corpo técnico diferenciado e motivado. Nossos técnicos têm formação sólida, são escolhidos por concurso e passam por um treinamento exaustivo antes de iniciar o atendimento ao criador. Muitos deles são jurados de destaque no âmbito nacional e mesmo internacional.
10 de dezembro de 2007

Rastreabilidade bovina: o jogo não terá prorrogação

Há menos de 30 dias para a virada do ano, e também para a mudança de sistema utilizado pelo Sisbov, muitos produtores ainda se preocupam se o prazo será prorrogado ao invés de se atentarem que o Ministério da Agricultura concedeu prazo mais que suficiente para que esses se adequassem às novas regras.
7 de dezembro de 2007

Novas diretrizes do DIPOA, Circular nº 898

Infelizmente as coisas estão ficando cada vez mais difíceis para quem quer produzir para exportação dentro do Sisbov. Para produzir bovinos destinados para Europa o produtor tem que investir muito tempo e dinheiro em trabalho, brincos e serviços de rastreabilidade. Além disto, terá que enfrentar todas as restrições de mercado, trabalhando somente com animais já rastreados e deixando de lado sistemas de produção mais eficientes.
5 de dezembro de 2007

Por que não vou aderir ao novo Sisbov

Perante a União Européia, o Brasil se comprometeu a adotar, sem qualquer negociação, um complicado sistema individual de identificação animal. Travamos discussões exaustivas aqui no BeefPoint, sobre o Sisbov e segurança alimentar. Creio ter ficado claro que, a rigor, a identificação individual nada acrescenta aos preceitos seguidos há décadas pelos pecuaristas, com o uso da GTA e com o acompanhamento dos abates pelo SIF, Serviço de Inspeção Federal.