Nos próximos dez anos, o rebanho bovino de Mato Grosso deve crescer 18%, passando dos atuais 28,72 milhões de cabeças para 33,9 milhões de cabeças. No mesmo período, o abate de animais aumentará 95% (de 4,1 milhões para 8 milhões de cabeças).
O serviço sanitário animal do Paraguai está trabalhando para comprovar que não existem outros casos da doença no país e conseguir retomar as exportações de carne.
Com a perda desses mercados e com os envios de carne aos mercados menos exigentes, o país poderia gerar entre US$ 150 e US$ 180 milhões em exportações de carne em 2012, apenas 15% do que poderia ser gerado em uma situação normal e com os mais de 44 mercados ativos.
O comércio de compra e venda de bovinos existe, e o que se quer, além de regularizar a situação, é permitir que os pecuaristas localizados nesta faixa de fronteira seca entre Mato Grosso e Bolívia, possam comprar animais tidos como de "qualidade" e a preços que chegam a ser até 30% abaixo do que pagariam em transações dentro do Estado.
No distrito de Sanga Puitã, a 15 quilômetros de Ponta Porã, de um lado fica o Brasil e do outro Paraguai. No lugar foram flagrados animais amarrados e até soltos pastando na linha internacional, uma faixa de terra de uso comum entre os dois países.
Estado avalia que o gado já foi vacinado em novembro de 2010 e maio deste ano com uma cobertura vacinal de 99% na região de fronteira. Após conversas com o Ministério da Agricultura, foi concluído que a cobertura vacinal é mais do que suficiente.
Depois de cumprir com todos os passos exigidos pela organização internacional, o Senacsa pedirá à OIE que restrinja o foco de aftosa de tal maneira que o restante do país recupere o status sanitário como "país livre de aftosa com vacinação".
Na manhã de hoje, o Ministério da Agricultura realiza videoconferência com o Estados envolvidos sobre a possibilidade de antecipação da vacinação. De acordo com Maria Cristina Carrijo, uma decisão deve ser tomada ainda nesta terça-feira.
Além de ter proibido o trânsito de animais bem como a de produtos e subprodutos de origem animal, o Uruguai começou a exigir que os alimentos de origem vegetal do Paraguai com destino à alimentação de ruminantes tenham um tratamento que inative o vírus da aftosa, estejam certificados pelos serviços oficiais paraguaios e não provenham de San Pedro.
Os abates deverão cair para 2,15 milhões de cabeças em 2011 e 2,1 milhões de cabeças em 2012 devido ao menor rebanho, resultado da seca de 2008-2009, e às grandes exportações de gado, que deverão cair em 2011.
O flagrante ocorreu na quinta-feira (22), no momento em que o ministro da Defesa, Celso Amorim, visitava a região e falava do apoio da operação militar ao controle da fronteira para evitar a entrada da aftosa.